segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Cisto Pilonidal

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 ANTES DE MAIS NADA UM AVISO:

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Este post pode ser muito forte para algumas pessoas mas tem a finalidade acima de tudo de alertar sobre um problema potencial que atinge pessoas que passam muito tempo sentadas na sua rotina diária.

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Tem certeza que deseja continuar??

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Penúltimo alerta sobre as imagens que virão.

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Têm coisas que a gente ignora completamente, e só se dá conta da existências quando se depara de frente para o negócio. Quase uma sensação do "nunca vai acontecer comigo", mas mais por desconhecimento do que por descuido com prevenções.

Comigo foi assim, nunca tinha ouvido falar desse tal de Cisto Pilonidal até me deparar com o desgraçado.

Historicamente falando não é algo novo, diz-se que na segunda guerra mundial tal enfermidade era chamada de "Doença do Jipe" dado a grande incidência de soldados que se acometiam da mesma em função das grandes extensões de área que eram cobertas por tropas em Jipes, em terrenos irregulares que forçava a região do corpo a sucessivos impactos. Ou seja, estamos falando de meados de 1942 e na época o bicho já pegava.

Aqui uma observação, minha avó, nascida em 1930 me comentou que aos 15 anos (1945) extraiu algo semelhante das proximidades da sua coluna e realmente até hoje tem uma cicatriz bem feia nas costas, mas na época ela fez o processo em casa e quem retirou foi a mãe dela (minha falecida bisavó) e segundo ela foi um processo que demorou horrores dado que cada vez que tocavam na ferida tinham que correr atrás dela para busca-la e seguir o procedimento. A brutalidade e os horrores dos tempos antigos.

Mas comigo, apesar de ter alguma relação com o descrito acima não se deu em tempos tão remotos, está se dando agora nas bordas de 2020, quase 80 anos depois mas as origens são as mesmas:
  • Um "defeito" de formação que não é tão incomum quanto se possa pensar;
  • Uma entrada numa faixa etária (passagem pela puberdade que já ficou bem para trás);
  • E uma rotina específica (passar muito tempo sentado) agravada por outra intensa dois anos atrás, quando fiz uma quilometragem considerável de ônibus intermunicipal e onde comecei a perceber algumas dormências.
Em conjunto com esses elementos acima, posso dizer que comigo tudo começou com um considerável tempo de uma "espinha" na base das costas/coluna, mais precisamente na região da bacia que volta e meia estava sujando minhas roupas intimas (cuecas mesmo) com pequenas gotinhas de sangue.

Nunca me preocupei até o momento que comecei a sentir um pequeno inchaço (grão) sob a pela e leves dormências  nessa região dada a pressão que o tal negócio estava começando a fazer na coluna durante os longos tempos sentado.

Trocando uma ideia com a esposa (pois é, não tem contorcionismo que me faça ver por mim mesmo) ela mencionou dois furinhos de onde saíam pêlos e ao mesmo tempo liberavam uma pequena secreção, ai fui para a internet (como disse meu médico: "Pois é, já chegaste com o diagnóstico certinho. Na internet tem tudo hoje em dia...").

Com a pergunta certa no Google ("secreção coxis") lá estava o danado.

Aí comecei a olhar e me assustar do que poderia chegar a acontecer afinal normalmente as notícias que mais se espalham são as piores e lá estão recheadas desse tipo. As cenas lá são fortes "pra mais de metro".

Indo ao médico comentei tudo isso que mencionei até aqui e ele me puxou para a sala de exames onde foi taxativo: "É isso mesmo que tu está pensando, o teu está no estágio médio, tem que operar, em geral a operação é galho fraco questão de 30 minutos a uma hora, entra num dia no hospital sai no outro, anestesia da cintura pra baixo, BUT o problema é a recuperação que leva um tempão pois tem que deixar o ferimento fechar por conta e de dentro para fora, essa técnica reduz a recidiva para em torno de 5% enquanto que se fecharmos posso ter que refazer a cirurgia por conta de uma taxa de recidiva de 40 a 50%.", ou seja, mesmo resolvendo meu problema na técnica mais garantida, ainda assim não é garantia de me livrar do problema em definitivo, mas era importante fazer por conta das consequências que poderiam se agravar e pelo fato que o médico comentou de que é uma porta aberta para infecções. Lá no Google tem fotos de monte sobre isso e suas consequências, inclusive com videos.

Bueno, então vamos "pras cabeças".



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Tem certeza que deseja continuar??


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Agora é o último alerta sobre as imagens que virão.


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Aqui tem uma foto da região acometida do problema:


Logo abaixo o tanto retirado dessa área, um pouco maior que o demonstrado na figura acima e aqui sendo mostrado a parte que ficaria para dentro do corpo humano. Nada bonito o negócio.


Aqui começam as fotos mais pesadas. Abaixo a foto do segundo curativo ainda no hospital logo no segundo dia, quando já estava completamente recobrado da anestesia, que foi um capítulo a parte no episódio. Hehehe. Tal foto foi na saída do banho e por isso a quantidade de líquido/sangue no interior do ferimento, foi recomendação que se deixe correr bastante água no ferimento.


Nesse dia, tal como estimado pelo médico recebi alta e as recomendações de manter o curativo bem feito e preservar o ferimento.

Na foto abaixo o 3º curativo já em casa no também 3º dia onde conforme os relatos na internet davam conta de que o sangramento começava a diminuir e os tecidos começavam a demonstrar sua regeneração e é o que parece estar acontecendo com os tecidos amarelados/esbranquiçados que surgem ao fundo e nas laterais do ferimento.



Na foto abaixo o 4º curativo onde os tecidos aparecem cada vez mais evidentes. Aqui a depilação teve que ser mais ampla pois cada vez de retirava do curativo dava saudades da colo da mamãe. Hehehehehe



Conclusão, numa situação dessas não tem condição muito agradável ou confortável, temos apenas que nos conformar minimizando o problema e depois aguentando as piadinhas... Hehehehe. Como diria aquela política sobre aeroportos, "Se o estupro é inevitável relaxa e goza..." mas é bem isso, "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come". 

Mas acima de tudo, meu intuito nesta postagem é tentar ser mais uma voz um pouco mais alentadora e reportar que inicialmente fiz pesquisas e pesquisas sobre o problema e me preocupou bastante a quantidade de relatos sobre dores insuportáveis ou necessidades de novas cirurgias para correções de técnicas que não deram certo e tal.

Não sei se estou sendo muito precipitado mas até o momento (5º dia) como já disse, não é nada agradável, mas totalmente suportável seguindo as recomendações médicas.


Por outro lado queria, com essa postagem, ajudar a tornar esse problema um pouco mais conhecido a fim de que as pessoas que passem por isso não se sintam tão sozinhas/constrangidas com o problema, afinal, por manter um diálogo aberto sobre o mesmo, antes e depois da minha cirurgia fiquei sabendo de vários casos aqui nas redondezas o que foi me deixando muito mais confortável com a ideia da cirurgia e mais convicto de que muita gente está passando por isso.

Assim sendo, pra quem passar por isso: "Tamo junto mano!".

Obs.: Seguem links que relacionam esta postagem com as demais da série:

Recuperação 30 Dias
Recuperação 70 Dias